sábado, 14 de março de 2009

Soneto de Fidelidade


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes
Do livro "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96

Um comentário:

  1. Bonito como tudo que é poesia, que tenho tido pouca inspiração, pois uns anos antes ela - a inspiração! - acordadva e dormia comigo, não me abandonando durante o dia todo! Amém!

    ResponderExcluir